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CAÇADA 
este nome que ainda não temos

solo de Idylla Silmarovi
Dirigido por Rafael Bacelar
co-produção com a PACT Zollverein
apoio do Galpão Cine Horto

CAÇADA é a primeira produção internacional de Idylla Silmarovi. Criada a partir de um projeto de residência artística na PACT Zollverein (Alemanha) e com patrocínio de coprodução com a mesma instituição, a obra é um convite para se embrenhar nas matas da memória, aguçar os sentidos do corpo, aguçar os instintos. Uma estratégia artística de exercitar coletivamente a presença, a atenção, a tensão. Caçamos e somos caçadas. Somos simultaneamente o predador e a presa.

CAÇADA é uma obra aberta e liminar. O espetáculo tem como composição dramatúrgica - coreográfica a presença de protocolos e/ou programas performativos que colocam a artista e a obra em si em constante estado de jogo, assim como ações performativas registradas em vídeo da artista na cidade de Contagem (sua idade natal) que é demarcada pela indústria, imigração do campo para a cidade e por importantes movimentos de resistência operária. Nesse sentido, público e artista compartilham estados de presença da memória multiterritorial diante aos acontecimentos da cena.

A artista se articula entre a ausência registros fotográficos / fragmentação da memória pessoal familiar e as imagens históricas de Abya Yala (Américas) que povoam seu imaginário criativo. Se de sua família ela encontra uma única fotografia de sua ancestral carregando um facão, ela investiga as narrativas desse objeto ao longo da história do continente como um símbolo da resistência feminina no campo e na cidade: Lutas das mulheres indígenas e campesinas, luta das mulheres operárias (em sua cidade natal). São essas as imagens que a ajudam a recriar sua memória fragmentada.
 

CAÇADA é uma realização e continuidade de pesquisa da Plataforma Ka'adela e, nele, partimos pra uma ocupação performativa do teatro, onde discutimos "língua - território - memória" a partir da criação de programas performativos e coreográficos que acontecem junto e em relação ao público. Se as fronteiras são desenhadas para separar eu do outro, a artista propõe o borrar delas a partir da própria saliva, do corpo, da memória e das múltiplas linguagens artísticas, criando um outro território efêmero.

CAÇADA propõe à cena, corporalidades da memória que, ao mesmo tempo em que evoca as avós, bisavós e mães, evoca também as mulheres que vieram antes e estão a frente dos direitos territoriais. Propomos uma investigação em torno da palavra, das línguas (colonizadas, contracolonizadas, originárias e inventadas, arrancadas e coladas novamente a boca) para pensar a palavra enquanto macumba coletiva. Assim, nos damos na prática o espaço de respirarmos juntos e, respirar, também pode ser conspirar, fabular, sonhar. Um caçador nem sempre volta com a caça, mas existe um tempo outro que se instaura no corpo, uma outra sensibilidade, outros modos de escutar e de se afetar.

Nesse sentido, CAÇADA é um manifesto desde a vida aqui, onde fomos machucadas e nos tornamos mais que o resultado da dor, onde nos mataram e nos tornamos mais velhas que a morte. Uma pulsão constante de vida celebrada no seio das nossas lutas. Se manifesta na memória, na pele, na imagem, no espírito que estão assustadoramente vivos. Apesar das fronteiras, do concreto, das cidades, a memória ainda pulsa.

Teaser do espetáculo:
Sinopse:

“e se eu colocar meus ouvidos no chão para ouvir o que esta terra tem a me dizer?” Ela está posicionada. Observa e age atentamente a qualquer ruído e rastro deixado. A ação de caçar exige que os sentidos sejam aguçados, destreza e um corpo atento, no presente, em performance. A coisa meio que acaba. Uma mulher com facão. Derrubada de monumento. O círculo. Esse nome que ainda não temos. Por justa rebeldia, nós vamos fazer o caminho das brechas.

Ficha Técnica:

Idealização, Performance e Textos: Idylla Silmarovi

Apoio performativo: David Maurity

Direção: Rafael Bacelar

Coreografia e assistência de direção: Vina Amorim

Direção de arte: Luiz Dias, Caroline Manso e Ruth Dias

Criação de vídeo e fotografia: Edgar Kanaykõ Xakriabá

Trilha sonora original: Davi Fonseca e Lucas Ferrari

Desenho de luz e responsável técnica: Marina Arthuzzi

Produção executiva: Ju Abreu

Realização: Plataforma Ka'adela

Coprodução: PACT Zollverein

Apoio: Galpão Cine Horto

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